quarta-feira, 27 de julho de 2011

A cidadania de Papel: brevíssimo desabafo sobre os direitos constitucionais que infelizmente não saem do papel

Um dos livros mais importantes e significativos do Brasil - digo isto por causa da verdade avassaladora que traz em suas linhas - é o intitulado O Cidadão de Papel, de autoria do renomado escritor Gilberto Dimenstein.
Digo importante porque ele nos apresenta o conceito tão atualizadissímo no "País do Futuro" (Brasil) de cidadania de papel.
Mas você pode se perguntar, que conceito é este? e o que ele quer dizer?
- Infelizmente, este conceito nos mostra uma realidade muito dura e cruel porque passa a sociedade brasileira.
Quer ver uma coisa? Veja o que consta na Constituição Federal de 1988 no seu Art. 6º, "São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição".

As garantias contidas no artigo em comento, você pode pensar que são ótimas garantias/direitos que possuem os brasileiros, não é? Seriam, se saíssem do papel. No entanto, não é o que vemos na realidade, pois, conforme será explicitado logo em seguida, os direitos/garantias mais elementares (como a alimentação, saúde, etc.) previstos em nossa Constituição Federal são diariamente (frequentemente) violentados e desrespeitados.
Primeiramente, comecemos a falar sobre a educação.
A educação já caiu no esquecimento, serve apenas para os candidatos a cargos eletivos usarem-na para fazer campanha - "Vote em min, vou melhorar a educação do nosso País/estado/município". Não é verdade?
Infelizmente, o que vemos na realidade são escolas sem nenhuma estrutura (quando tem alguma) sequer digna para acolher os alunos. Comumente vemos nos telejornais as notícias da ocorrência de aulas debaixo de árvores, tão comum no interior dos estados. Outro forma de "neutralizar" a educação brasileira é pagar (remunerar) pessimamente os nossos professores. Para você ter uma ideia, países que hoje são ricos, mas que saíram destruídos após a 2ª Guerra Mundial, conseguiram se levantar porque investiram maciçamente em educação, como o Japão, a Coréia do Sul, lugares em que professores recebem por volta de R$10.000,00 (dez mil reais) mensais.
"Brasil, país do futuro". Será mesmo?
Falemos agora da saúde. Não há muito o que se falar, ou melhor, não há espaço e nem tempo para tal. Gente, a "saúde do nosso país está na UTI", centenas de pessoas morrem diariamente nas filas dos hospitais públicos, não há estrutura alguma, faltam os objetos mais baratos, quiça os mais caros.
E a alimentação? é realmente assegurada?vejamos. Atualmente, existem no Brasil cerca de 70 milhões de pessoas carentes (pobres), pessoas que não tem quase nada para se alimentar. Muitos não trabalham porque não tem qualificação, pois tiveram que trabalhar desde cedo para ajudar em casa e, devido a isso não conseguem emprego, o que acaba desembocando na falta de dinheiro e a fome.
E a moradia? será que todos os brasileiros a possuem?Se você assiste ao telejornal ou lê jornal e revistas, bem como já deu uma olhada para debaixo dos viadutos de sua cidade (se ela tiver), você verá que a única moradia que estas pessoas têm são os viadutos, calçadas e o céu estrelado, quando não está chovendo.
"Brasil, país do futuro". Será mesmo?
E a segurança?Você se sente seguro?acredito que não. Atualmente a onda de criminalidade nas cidades brasileiras está muito alta. Aqui morre mais pessoas do que na Guerra do Iraque. Não há mais segurança. Os bandidos ficaram cada vez mais audaciosos. Quase todos os dias nos telejornais se vê a notícia de que caixas eletrônicos foram esplodidos. Não é mesmo? Homicídios e latrocínios vão no mesmo ritmo.
Atualmente, são construídos condomínios que já possuem tudo (supermercado, cinema, farmácia, shopping, etc.,) para que seus moradores não precisem sair mais de suas casas, pois temem a violência que se prolifera nas cidades.
É muito triste quando ouço algum político/governante dizer "Brasil é o país do futuro". Gostaria de ouvir que é o país do presente, do hoje e não do amanhã.
Infelizmente, vivemos em um país de "faz de conta", tendo em vista que nossos direitos/garantias existem apenas no texto constitucional, isto é, não se concretizam (não saem do papel).
Para concluir, não há registro de nenhum país que tenha se tornado uma potência mundial sem ter investido maciçamente em educação. Enquanto o Brasil não o fizer, continuaremos a ser o "País do futuro", futuro este que nunca chega, já perceberam?
Infelizmente, nós brasileiros não passamos da triste situação de sermos cidadãos de papel, pois, conforme explanado, os direitos/garantias mais importantes e elementares previstos na CF/88 não saem do papel.
Este é, em apertada síntese, s.m.j, o significado do conceito de cidadania de papel contido no livro O cidadão de Papel de Gilberto Dimenstein.



Referência
DIMENSTEIN, Gilberto. O Cidadão de Papel: A infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. Ed.20ª. São Paulo: Editora Ática, 2004.

2 comentários:

  1. Você está certo, Adão...infelizmente nós brasilerios somos cidadãos de papel, pois os vários direitos elencados por você no texto não são de fato materializados, vemos constantemente pessoas morrendo nas filas dos hospitais públicos, segurança virou um mito, educação se transformou apenas em discurso para angariar votos...infelizmente é esse o nosso país...fazer o quê?parabens, Adão..

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    1. Obrigado, contudo, esta infelizmente é a situação de caos e descaso porque passa a maioria da população de nossa Terra Brasilis...

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